sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Uma discussão acerca do trabalho


Estudantes:Larissa Lima e Tamira Mercês 
Psicologia Organizacional e do Trabalho - 5º semestre
                                                      
Introdução

O trabalho é considerado uma atividade ligada à condição e dignidade humanas. Esta afirmação se origina do fato de que é através do ato de trabalhar que as pessoas têm a possibilidade de suprir suas necessidades básicas e buscar um sentido para sua vida.
Com base na questão evidenciada acima, algumas pessoas relatam que o trabalho é uma fonte de prazer, enquanto outras afirmam o contrário. Nesse sentido, o presente trabalho busca a demonstração de que trabalhar representa uma oportunidade a partir da qual o ser humano pode desenvolver-se, praticando uma atividade útil para si e para outros indivíduos. No entanto, os autores e suas teorias também mostram que o sentido pessoal adquirido por meio do trabalho está relacionado a distintas formas de sofrimento e sua superação.
O entendimento acerca de questões mais complexas do trabalho exige o conhecimento dos componentes elementares que auxiliam na construção de uma organização do trabalho. Com isso, também serão abordadas algumas concepções defendidas por teorias administrativas.
No interior das discussões propostas, ainda observa-se a necessidade de abordar alguns pontos que, até o momento, não são vistos como intrinsecamente ligados ao trabalho. Nessa ocasião, serão apresentadas as perspectivas de atuação do psicólogo organizacional. Mediante as reflexões realizadas, a finalização deste trabalho se dará com uma avaliação sobre a importância de realizar aproximações a eventos organizacionais.
O trabalho apresentado será pautado nas aulas da disciplina de Psicologia Organizacional e do Trabalho do curso de Psicologia do 5° semestre da Universidade do Estado da Bahia- UNEB. Inicialmente serão apresentadas as discussões em torno dos conteúdos mediados em sala e discutidas pelo professor e pelos alunos e também pautando nas dinâmicas de grupos que foram realizadas em sala que significaram bastante para o processo de reflexão e de construção das relações em grupo.

Organizações e trabalho: considerações iniciais

As idéias e argumentos referentes ao trabalho, primeiramente, devem ser apresentadas com um enfoque histórico, passando pelas suas principais características. A história, mesmo que apresentada de forma breve facilita outras compreensões, e as características, por sua vez, permitem a identificação.
Em “O mundo do trabalho”, Borges e Yamamoto (2004) indicam que até dois séculos atrás, o trabalho não era considerado como uma das atividades essenciais a ser realizada diariamente. Porém, este quadro se modifica com o surgimento do capitalismo.
A partir do capitalismo, o trabalho ganha novas formas de ser pensado e conduzido, sendo intensamente influenciado pelas idéias de Taylor, Fayol e Ford. Taylorismo e Fordismo são concepções semelhantes. Assim, o segundo aparece como um reforço às proposições de parcelamento, exigência de eficiência, monotonia e pobreza de conteúdo, que são princípios defendidos pelo Taylorismo.
Em seguida, os autores citados, registram a existência da noção de sociedade do bem-estar, comentando que esta abordagem não teve uma ampla difusão. Apesar de suceder a fase mais acentuada da administração científica, a sociedade do bem-estar funciona apoiada no seguinte tripé: organização do trabalho sustentada no taylorismo-fordismo, regime de acumulação do capital sob uma lógica macroeconômica e modo de regulação de conflitos com larga institucionalização.
Com relação aos tempos mais recentes, indica-se que o modelo taylorista-fordista se esgotou,sendo substituído pela adoção de tecnologias, inovadores meios de comunicação e surgimento de novos estilos de gestão.
Contudo, neste período, em alguns casos ainda é possível retomar a visão proposta pela administração científica e, dessa forma, pode-se falar que apesar de ter ocorrido uma redução do seu uso como modelo de gestão, algumas organizações nos direciona a citar a metáfora da máquina, conforme aponta Gareth (1996).
Trabalhando de acordo com os princípios derivados do taylorismo-fordismo, as pessoas são vistas como parecidas às máquinas que operam. Comumente suas ações são pré-determinadas e as condições e modelo administrativo admite rigorosamente apenas a precisão das funções que devem ser executadas.
Provavelmente, é deste cenário que mais resultam as psicopatologias e as conhecidas doenças psicossomáticas que são atribuídas aos sinais de que é preciso rever, comunicar e requerer uma reelaboração de determinadas situações que proporcionam desconforto, chegando ao ponto de não ser mais suportável.
Para exemplificar a informação fornecida acima, alguns dados e as próprias falas sobre práticas em organizações relatam que as atividades de produção, realmente, abrangem o desencadeamento de transtornos mentais, estresse e os frequentes problemas que atingem o corpo, a exemplo das LER e Dort.
Considerando o declínio do modelo taylorista-fordista e dando início à caracterização de uma organização do trabalho, a Teoria das Relações Humanas destaca que o nível de produção no trabalho se relaciona com a socialização vivenciada pelos funcionários. Ou seja, os espaços organizacionais são marcados pela formação de grupos ou pares.
A Teoria Comportamental da Administração ressalta a importância do processo decisorial distribuído em níveis e o papel da cooperação como aspecto fundamental para o surgimento da organização. Essa mesma teoria apresenta o termo equilíbrio organizacional para se referir à dinâmica de recebimento de incentivos por parte dos trabalhadores, enquanto os mesmos oferecem contribuições à organização.
Outro fator bastante importante para o estabelecimento e manutenção de uma estrutura organizacional é a existência de um líder. Na atualidade, os líderes,assim como os trabalhadores em geral,precisam apresentar características compatíveis com os avanços impulsionados pelas novas tecnologias.
As organizações do trabalho também são caracterizadas por cultura organizacional e clima organizacional. A primeira expressão está associada às práticas e costumes exercidos no local em que se trabalha. Já o clima organizacional relaciona-se com os níveis de satisfação ou não, diante das experiências vivenciadas.
Após este interessante percurso, torna-se possível, então, tratar de questões mais profundas sobre o trabalho.

Trabalho e práticas

            Ao iniciar as discussões acerca das práticas desenvolvidas no contexto da disciplina Psicologia Organizacional e do Trabalho pode-se dizer que a chegada a uma organização demanda que o indivíduo informe alguns pontos da sua vida, interesses e disponibilidade de participação em relação aos objetivos e metas que determinam o funcionamento do local. A organização Psicologia UNEB Primeira Turma se insere neste quadro. Frequentemente, surgem os questionamentos sobre a opção pelo curso e ainda sobre posicionamentos diversos no que se refere a mudanças, por exemplo.
As relações entre vida pessoal e trabalho são muito mais estreitas do que podem parecer. Isso se deve ao fato de que desde o nascimento, a pessoa recebe influências do meio para o seu desenvolvimento psicossocial. Nesse sentido, as relações, vínculos e história de cada estudante, de cada um que se propôs a ingressar no curso de Psicologia se relacionam com as suas expectativas quanto às possibilidades visualizadas nessa área científica e profissional.
Se a vida pessoal produz efeitos na organização do trabalho, o contrário também acontece. Aquilo que é vivenciado dentro e fora do ambiente organizacional se influenciam mutuamente. Decorrente desse aspecto as próprias dinâmicas permitiram a percepção de que em muitas ocasiões há uma mescla de fatores que, de algum modo, preferencialmente, pertencem à esfera privada ou pública. A partir daí, pode-se afirmar que não há uma cisão entre a atuação como estudante do curso e o exercício de outros papéis. As experiências vivenciadas fora da sala de aula foram levadas a este espaço e o contrário, provavelmente, também aconteceu.
 Tomando como referência as discussões e, principalmente, as práticas envolvendo dinâmicas tornou-se bastante nítida e reafirmou-se,então, a questão de que o trabalho não é essencialmente uma forma de prazer. As dificuldades, oriundas de diversas fontes, em muitos casos se tornam o ponto de partida para a obtenção de prazer no trabalho.
O nome trabalho remete-nos a uma condição desagradável, exploratória e que sucede vários problemas ao individuo. Essa visão do trabalho está estereotipada na sociedade devido aos primórdios da construção social, onde desde a época dos antigos egípcios era usado o trabalho escravo, o qual exigia a força de trabalho de forma desumana e exploratória. O dicionário também vem reforçar essa estigmatização do que remete a palavra trabalho, trazendo que a mesma deriva do latim “tripalium”, que se refere a um instrumento de tortura para punições dos indivíduos. Devido a essa concepção de trabalho, foi globalizado um senso comum acerca do mesmo, intitulando-o como sendo uma prática exploratória e que vem sendo executada devido às condições de sobrevivência humana.   Contudo, isto é apenas um senso comum. Na verdade existem condições de trabalho que possibilitam ao individuo um prazer em estar executando aquele exercício. Desta forma surge a necessidade de profissionais capacitados para estar analisando as condições de trabalho e desta forma estar favorecendo um ambiente mais propício e agradável para ser explorado.
A psicologia organizacional e do trabalho com base nas análises e reflexões feitas nos ambientes de trabalho, chegou à conclusão de que o que movimenta e desenvolve o trabalho e as organizações são os trabalhadores. Mas para que haja uma fluidez e boa relação no ambiente em que se trabalha é necessário voltar o olhar para a forma de relacionamento e afetividade que está sendo desenvolvida na empresa, a cultura de cada individuo, o clima organizacional, a subjetividade de cada trabalhador que forma a organização. A partir dessa preocupação e desse novo olhar da Psicologia Organizacional essa estigmatização social de trabalho passa a se desconstruir e o trabalhador começa a sentir e ver que na verdade o trabalho não é apenas um meio de sobrevivência e exploração, mas sim uma “família” onde ele convive e passa a maior parte de sua vida dedicando-se aquela equipe e não só ao trabalho. Ele passa a observar que aquele ambiente é um espaço de troca de experiências e de construção junto com os outros indivíduos.
As intervenções realizadas nas organizações são de extrema importância para o desenvolvimento da empresa e os resultados já são visíveis em pesquisa, que apontam o trabalho como um espaço de motivação para o trabalhador, isso devido à preocupação e o novo olhar advindo da Psicologia organizacional.
No caso da organização Psicologia Primeira Turma a consideração de um sistema participativo, consultivo exerceu uma influência positiva para a condução das atividades tanto no que se refere aos objetivos que foram propostos para a disciplina quanto em relação aos processos que se fizeram necessários para alcançar tais objetivos.
Ligada à busca constante de prazer no trabalho e à própria história de cada membro da Organização Psicologia UNEB Primeira Turma foi verificada a tendência que os sujeitos apresentam para a formação de grupos. Os relacionamentos mais próximos e mais distantes são construídos através de identificação e dos pontos positivos que são visualizados no outro. A teoria psicanalítica, por exemplo, destaca a idéia das relações de transferência.
Cada ser humano é único. Mas, partindo da idéia da formação de grupos, as reuniões de indivíduos pressupõem características semelhantes, modos compatíveis e, em algumas ocasiões, atitudes que se aproximam de certa complementaridade.
O desenvolvimento das atividades do dia-a-dia e as práticas propriamente ditas, com destaque para a última que foi realizada, conduzem à reflexão de que os grupos, simultaneamente se distanciam e se aproximam, pois estão direcionados a objetivos comuns, sendo que, na verdade, formam um grande grupo. Todos estes aspectos são interessantes para o funcionamento da organização, na medida em que se encontram de forma harmonizada.
No interior dos pequenos grupos também é possível identificar um modo de funcionamento característico e ainda o desempenho de papéis por cada componente. Em alguns momentos, as circunstâncias demandam que os estudantes assumam papéis diferenciados, mas frequentemente, registram-se as seguintes atuações, conforme sugere Pichon Rivière: líder de mudança, porta-voz, sintetizador, coordenador, observador.
Isto é, as pessoas se comunicam, algumas exibem a habilidade de coordenar as falas, outras sintetizam e fazem a exposição quando necessário. Uma parte das pessoas se dedica a escutar, oferecendo mais tranquilidade àquele que está tendo a oportunidade de se expressar.
Após identificar e retratar aspectos mais profundos acerca da inserção e manutenção na turma Psicologia UNEB, tornou-se possível chegar a debates que permitiram o conhecimento e abordagem de pontos que eram vistos como fatores que não ofereciam benefícios aos modos de execução das tarefas e convivência de todo o grupo. Com isso, os membros da organização – os estudantes – expuseram seu desconforto em relação a determinadas situações e atitudes do outro, mas também evidenciaram problemas próprios que acreditavam e poderiam estar interferindo nas aulas.
As ocasiões nas quais os debates foram propostos se apresentaram como importantes, na medida em que houve esforços para avaliar as causas e possíveis soluções para as questões explicitadas.
Conforme já foi comentado, a finalização da disciplina Psicologia Organizacional e do Trabalho e a última dinâmica, mais especificamente, buscaram a demonstração das qualidades da turma, o papel que exercem diariamente e de que forma suas contribuições podem ser percebidas.
Diante dos movimentos e atividades que foram realizados desde o início da disciplina supracitada até a conclusão da mesma, alguns pensamentos se originaram referindo-se ao fato de que além de reelaborar e ressignificar os problemas e circunstâncias desagradáveis é necessário também valorizar os pontos positivos já alcançados que direcionam ao sucesso da organização.

O psicólogo nas organizações

As mudanças de trabalho que estão sendo realizadas na sociedade contemporânea fazem necessária uma reflexão acerca da atuação do psicólogo nas organizações, pois como visto anteriormente as condições de trabalho estão em processos de mudanças e com isso o profissional deve estar sempre apto a desenvolver novas estratégias para exercer uma boa atuação no contexto onde está inserido. Com isso, o papel do psicólogo em relação aos ambientes organizacionais não pode se restringir à técnica, se estendendo também aos níveis e estados de qualidade de vida e saúde mental dos trabalhadores.
Então, de que modo o psicólogo atua nas organizações? O profissional auxilia nas demandas das organizações e dos trabalhadores no que se refere às relações entre indivíduo e trabalho, pois quando o ambiente está em conflito tudo se torna desagradável, o individuo sente-se desmotivado para realizar suas atividades e acaba adoecendo. Por isso a importância da Psicologia nas organizações, pois a mesma irá analisar para fazer as intervenções psicológicas que tem como objetivo analisar e compreender a subjetividade humana nos processos grupais na organização. Pode-se dizer que o trabalho do psicólogo organizacional consiste em auxiliar as elaborações demandadas, visando um bom diálogo entre indivíduo e trabalho. Essa intervenção psicológica tem como ponto de partida a compreensão da identidade humana, processos grupais e mecanismos de aprendizagem nas dimensões individual e coletiva. Dessa forma, o novo estilo de gestão com relação aos contextos organizacionais vem exercendo influências sobre o papel do profissional de Psicologia nessas circunstâncias de atuação.
Assim, os maiores e melhores esforços que puderem ser feitos para um bom processo de formação e aprofundamento acerca da Psicologia Organizacional e do Trabalho são extremamente válidos.
Ao chegar a essa reflexão, os conteúdos teóricos e algumas analogias que puderam ser vivenciadas nas dinâmicas, aulas práticas da referida disciplina se constituem como instrumentos e possíveis mediadores de atuação profissional.

Aspectos necessários à organização

Nesse momento da discussão serão apontados mais alguns fatores que, sem dúvidas, fazem parte do funcionamento das organizações, mas que em muitos casos, a importância que lhes é atribuída ainda não é amplamente reconhecida e abordada no seu relacionamento com esses ambientes de trabalho.
Conforme já foi evidenciado anteriormente, a existência de uma organização pressupõe determinados elementos. Além de considerar os aspectos básicos da constituição de um espaço organizacional, torna-se necessário também levar em consideração outros elementos que contribuem para a dinâmica estabelecida no desenvolvimento das atividades de trabalho.
De maneira geral, a condução do trabalho envolve manifestações cotidianas de emoções e estados motivacionais que, frequentemente, podem ser verificadas através de comportamentos verbais e da linguagem corporal. Essa afirmação, mais uma vez, relaciona-se com o fato de que as pessoas possuem relações que se entrelaçam no que se refere aos ambientes interno e externo da organização.
Ao avaliar a questão das emoções em empresas, é possível constatar registros nos quais se observam que razão e emoção não são vistas como antagônicas. A reflexão acerca de experiências vivenciadas em diferentes organizações permite chegar à conclusão de que os processos de trabalho são predominantemente apontados como resultados da razão, sendo que as emoções exercem grandes influências em alguns desses processos, como por exemplo, a escolha das respostas e soluções mais apropriadas aos conflitos.
A partir disso, pode-se pensar que sem a presença das emoções, muitos acontecimentos se apresentariam de um modo muito diferente, inclusive sem os benefícios ou pontos positivos que lhe caracterizam. Aqui, vale ressaltar que as emoções de um trabalhador ou do estudante no contexto da sala de aula podem e geralmente fazem a mediação das suas relações interpessoais e facilitam suas opiniões e comportamentos no local em que trabalha, e no caso do estudante essa mediação acontece na faculdade, por exemplo.
Outro aspecto que é bastante relevante para uma estrutura organizacional é a motivação dos membros que a compõe. A inserção num ambiente de trabalho se baseia em algumas expectativas que necessitam de alguns motivos para serem alcançadas ou até mesmo superadas. O fenômeno da motivação requer uma ampla interação entre o modelo de gestão e os funcionários da organização. Os planejamentos e eventos ocorridos diariamente numa organização devem estar direcionados à possibilidade de surgimento da motivação, sendo esta compreendida como um processo psicológico básico que impulsiona a realização de ações dirigidas a objetivos. Geralmente, quando este processo é vivenciado,os resultados e metas programadas são facilmente visualizados.
Dejours (1994) ainda propõe a inteligência prática como uma das dimensões desconhecidas do trabalho, mas que assim como as outras, é muito utilizada na condução das atividades pelos trabalhadores. Essa dimensão do trabalho está associada e representa a idéia do trabalho real que, na maioria das vezes, não constitui uma total correspondência ao trabalho prescrito.
Sob a concepção da inteligência prática, dirigentes e dirigidos podem considerar que a sabedoria e as habilidades adquiridas através de diferentes experiências também fornecem importantes contribuições para o desempenho das funções no trabalho. Assim, observa-se uma maior flexibilidade no desempenho das funções.
Ligado a estes aspectos que fazem parte da dinâmica do trabalho, ainda é possível citar a linguagem corporal, que pode ser observada através de gestos e expressões faciais. Por meio do aspecto corporal, o individuo reafirma suas falas ou até mesmo expressa aquilo que não foi dito. Com isso, existem várias maneiras pelas quais a linguagem corporal comunica as emoções, os estados motivacionais, o desenvolvimento da inteligência prática, as insatisfações e os níveis de aproximação entre as pessoas e grupos. A convivência nos grupos de trabalho permite a identificação do estado e as opiniões de um determinado indivíduo através do que o seu corpo fala, mesmo quando ele prefere não se expressar verbalmente.
Diante do fato de que as organizações e suas atividades são influenciadas pelas emoções, afeto, motivação, inteligência prática e linguagem corporal, tais fatores precisam ser considerados e valorizados. Além disso, torna-se importante dizer que os bons resultados de um contexto organizacional não apenas se referem a um dos fatores, e sim à combinação deles.
Com relação às dinâmicas realizadas em sala de aula, os fatores evidenciados acima puderam ser identificados em diferentes momentos. Emoções e afetos, como já foi dito são importantes mediadores para uma boa parte dos acontecimentos do espaço. A motivação e inteligência prática exerceram e continuarão exercendo o papel de ajudar na atribuição de significados e melhores formas de manter as relações que ocorrem no e pelo trabalho.
Com isso, é possível sugerir que sem as emoções, as queixas sobre desconforto ou até mesmo os relatos sobre a satisfação teriam acesso dificultado. Seguindo este pensamento também pode-se dizer que a não consideração,não utilização da inteligência prática dificultaria o desenvolvimento de determinadas atividades propostas.Ainda poderiam ser encontradas dificuldades,caso a motivação não estivesse presente na maior parte do tempo.

Conclusão

A disciplina de Psicologia organizacional e do trabalho nos permitiu a realização de muitas reflexões, principalmente no que se refere às questões de relacionamento de grupo, onde foi possível refletir e se colocar em situações vivenciadas pelo outro.  Desta forma, nos colocamos no lugar de cada individuo e consequentemente foram se moldando os pré-conceitos que anteriormente existiam acerca dos conflitos existentes na turma. A discussão dos textos entre alunos e professor foi inquiridora e também foi possível entender o porquê se formava tais situações e a forma como o Psicólogo atuaria nessas questões, fazendo intervenções.  
Todas as reflexões feitas durante o processo de aprendizagem e aproximação com as idéias propostas pela Psicologia Organizacional permitem dizer que os conhecimentos obtidos poderão servir como base para melhores formas de atuação em diversos tipos de organização.  As aplicações sobre o que foi aprendido, provavelmente, se voltarão para as formas de relacionamento estabelecidas. Ao estar diante das situações organizacionais, a utilização dos conhecimentos teóricos e práticos que foram adquiridos sugerem o reconhecimento das condições de trabalho, debate sobre as mesmas e transformações, se forem necessárias.

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