Estudantes:Larissa Lima e Tamira Mercês
Psicologia Organizacional e do Trabalho - 5º semestre
Introdução
O trabalho é
considerado uma atividade ligada à condição e dignidade humanas. Esta afirmação
se origina do fato de que é através do ato de trabalhar que as pessoas têm a
possibilidade de suprir suas necessidades básicas e buscar um sentido para sua
vida.
Com base na questão
evidenciada acima, algumas pessoas relatam que o trabalho é uma fonte de prazer,
enquanto outras afirmam o contrário. Nesse sentido, o presente trabalho busca a
demonstração de que trabalhar representa uma oportunidade a partir da qual o
ser humano pode desenvolver-se, praticando uma atividade útil para si e para
outros indivíduos. No entanto, os autores e suas teorias também mostram que o
sentido pessoal adquirido por meio do trabalho está relacionado a distintas
formas de sofrimento e sua superação.
O entendimento acerca
de questões mais complexas do trabalho exige o conhecimento dos componentes
elementares que auxiliam na construção de uma organização do trabalho. Com
isso, também serão abordadas algumas concepções defendidas por teorias
administrativas.
No interior das
discussões propostas, ainda observa-se a necessidade de abordar alguns pontos
que, até o momento, não são vistos como intrinsecamente ligados ao trabalho.
Nessa ocasião, serão apresentadas as perspectivas de atuação do psicólogo
organizacional. Mediante as reflexões realizadas, a finalização deste trabalho
se dará com uma avaliação sobre a importância de realizar aproximações a
eventos organizacionais.
O trabalho apresentado
será pautado nas aulas da disciplina de Psicologia Organizacional e do Trabalho
do curso de Psicologia do 5° semestre da Universidade do Estado da Bahia- UNEB.
Inicialmente serão apresentadas as discussões em torno dos conteúdos mediados
em sala e discutidas pelo professor e pelos alunos e também pautando nas
dinâmicas de grupos que foram realizadas em sala que significaram bastante para
o processo de reflexão e de construção das relações em grupo.
Organizações
e trabalho: considerações iniciais
As idéias e argumentos
referentes ao trabalho, primeiramente, devem ser apresentadas com um enfoque
histórico, passando pelas suas principais características. A história, mesmo
que apresentada de forma breve facilita outras compreensões, e as
características, por sua vez, permitem a identificação.
Em “O mundo do trabalho”,
Borges e Yamamoto (2004) indicam que até dois séculos atrás, o trabalho não era
considerado como uma das atividades essenciais a ser realizada diariamente.
Porém, este quadro se modifica com o surgimento do capitalismo.
A partir do
capitalismo, o trabalho ganha novas formas de ser pensado e conduzido, sendo
intensamente influenciado pelas idéias de Taylor, Fayol e Ford. Taylorismo e
Fordismo são concepções semelhantes. Assim, o segundo aparece como um reforço
às proposições de parcelamento, exigência de eficiência, monotonia e pobreza de
conteúdo, que são princípios defendidos pelo Taylorismo.
Em seguida, os autores
citados, registram a existência da noção de sociedade do bem-estar, comentando
que esta abordagem não teve uma ampla difusão. Apesar de suceder a fase mais acentuada
da administração científica, a sociedade do bem-estar funciona apoiada no
seguinte tripé: organização do trabalho sustentada no taylorismo-fordismo, regime
de acumulação do capital sob uma lógica macroeconômica e modo de regulação de
conflitos com larga institucionalização.
Com relação aos tempos
mais recentes, indica-se que o modelo taylorista-fordista se esgotou,sendo
substituído pela adoção de tecnologias, inovadores meios de comunicação e
surgimento de novos estilos de gestão.
Contudo, neste período,
em alguns casos ainda é possível retomar a visão proposta pela administração
científica e, dessa forma, pode-se falar que apesar de ter ocorrido uma redução
do seu uso como modelo de gestão, algumas organizações nos direciona a citar a
metáfora da máquina, conforme aponta Gareth (1996).
Trabalhando de acordo
com os princípios derivados do taylorismo-fordismo, as pessoas são vistas como
parecidas às máquinas que operam. Comumente suas ações são pré-determinadas e
as condições e modelo administrativo admite rigorosamente apenas a precisão das
funções que devem ser executadas.
Provavelmente, é deste cenário
que mais resultam as psicopatologias e as conhecidas doenças psicossomáticas
que são atribuídas aos sinais de que é preciso rever, comunicar e requerer uma
reelaboração de determinadas situações que proporcionam desconforto, chegando
ao ponto de não ser mais suportável.
Para exemplificar a
informação fornecida acima, alguns dados e as próprias falas sobre práticas em
organizações relatam que as atividades de produção, realmente, abrangem o
desencadeamento de transtornos mentais, estresse e os frequentes problemas que atingem
o corpo, a exemplo das LER e Dort.
Considerando o declínio
do modelo taylorista-fordista e dando início à caracterização de uma
organização do trabalho, a Teoria das Relações Humanas destaca que o nível de
produção no trabalho se relaciona com a socialização vivenciada pelos
funcionários. Ou seja, os espaços organizacionais são marcados pela formação de
grupos ou pares.
A Teoria Comportamental
da Administração ressalta a importância do processo decisorial distribuído em
níveis e o papel da cooperação como aspecto fundamental para o surgimento da
organização. Essa mesma teoria apresenta o termo equilíbrio organizacional para
se referir à dinâmica de recebimento de incentivos por parte dos trabalhadores,
enquanto os mesmos oferecem contribuições à organização.
Outro fator bastante
importante para o estabelecimento e manutenção de uma estrutura organizacional
é a existência de um líder. Na atualidade, os líderes,assim como os
trabalhadores em geral,precisam apresentar características compatíveis com os
avanços impulsionados pelas novas tecnologias.
As organizações do
trabalho também são caracterizadas por cultura organizacional e clima organizacional.
A primeira expressão está associada às práticas e costumes exercidos no local
em que se trabalha. Já o clima organizacional relaciona-se com os níveis de
satisfação ou não, diante das experiências vivenciadas.
Após este interessante
percurso, torna-se possível, então, tratar de questões mais profundas sobre o
trabalho.
Trabalho
e práticas
Ao iniciar as
discussões acerca das práticas desenvolvidas no contexto da disciplina
Psicologia Organizacional e do Trabalho pode-se dizer que a chegada a uma
organização demanda que o indivíduo informe alguns pontos da sua vida,
interesses e disponibilidade de participação em relação aos objetivos e metas
que determinam o funcionamento do local. A organização Psicologia UNEB Primeira
Turma se insere neste quadro. Frequentemente, surgem os questionamentos sobre a
opção pelo curso e ainda sobre posicionamentos diversos no que se refere a
mudanças, por exemplo.
As relações entre vida pessoal e
trabalho são muito mais estreitas do que podem parecer. Isso se deve ao fato de
que desde o nascimento, a pessoa recebe influências do meio para o seu
desenvolvimento psicossocial. Nesse sentido, as relações, vínculos e história
de cada estudante, de cada um que se propôs a ingressar no curso de Psicologia
se relacionam com as suas expectativas quanto às possibilidades visualizadas
nessa área científica e profissional.
Se a vida pessoal produz efeitos na
organização do trabalho, o contrário também acontece. Aquilo que é vivenciado
dentro e fora do ambiente organizacional se influenciam mutuamente. Decorrente
desse aspecto as próprias dinâmicas permitiram a percepção de que em muitas
ocasiões há uma mescla de fatores que, de algum modo, preferencialmente,
pertencem à esfera privada ou pública. A partir daí, pode-se afirmar que não há
uma cisão entre a atuação como estudante do curso e o exercício de outros papéis.
As experiências vivenciadas fora da sala de aula foram levadas a este espaço e
o contrário, provavelmente, também aconteceu.
Tomando como referência as discussões e,
principalmente, as práticas envolvendo dinâmicas tornou-se bastante nítida e
reafirmou-se,então, a questão de que o trabalho não é essencialmente uma forma
de prazer. As dificuldades, oriundas de diversas fontes, em muitos casos se
tornam o ponto de partida para a obtenção de prazer no trabalho.
O nome trabalho remete-nos a uma condição desagradável,
exploratória e que sucede vários problemas ao individuo. Essa visão do trabalho
está estereotipada na sociedade devido aos primórdios da construção social,
onde desde a época dos antigos egípcios era usado o trabalho escravo, o qual
exigia a força de trabalho de forma desumana e exploratória. O dicionário
também vem reforçar essa estigmatização do que remete a palavra trabalho,
trazendo que a mesma deriva do latim “tripalium”,
que se refere a um instrumento de tortura para punições dos indivíduos. Devido
a essa concepção de trabalho, foi globalizado um senso comum acerca do mesmo,
intitulando-o como sendo uma prática exploratória e que vem sendo executada
devido às condições de sobrevivência humana.
Contudo, isto é apenas um senso comum. Na verdade existem condições de
trabalho que possibilitam ao individuo um prazer em estar executando aquele
exercício. Desta forma surge a necessidade de profissionais capacitados para
estar analisando as condições de trabalho e desta forma estar favorecendo um
ambiente mais propício e agradável para ser explorado.
A
psicologia organizacional e do trabalho com base nas análises e reflexões
feitas nos ambientes de trabalho, chegou à conclusão de que o que movimenta e
desenvolve o trabalho e as organizações são os trabalhadores. Mas para que haja
uma fluidez e boa relação no ambiente em que se trabalha é necessário voltar o
olhar para a forma de relacionamento e afetividade que está sendo desenvolvida na
empresa, a cultura de cada individuo, o clima organizacional, a subjetividade
de cada trabalhador que forma a organização. A partir dessa preocupação e desse
novo olhar da Psicologia Organizacional essa estigmatização social de trabalho
passa a se desconstruir e o trabalhador começa a sentir e ver que na verdade o
trabalho não é apenas um meio de sobrevivência e exploração, mas sim uma
“família” onde ele convive e passa a maior parte de sua vida dedicando-se
aquela equipe e não só ao trabalho. Ele passa a observar que aquele ambiente é
um espaço de troca de experiências e de construção junto com os outros
indivíduos.
As
intervenções realizadas nas organizações são de extrema importância para o
desenvolvimento da empresa e os resultados já são visíveis em pesquisa, que
apontam o trabalho como um espaço de motivação para o trabalhador, isso devido à
preocupação e o novo olhar advindo da Psicologia organizacional.
No
caso da organização Psicologia Primeira Turma a consideração de um sistema
participativo, consultivo exerceu uma influência positiva para a condução das
atividades tanto no que se refere aos objetivos que foram propostos para a
disciplina quanto em relação aos processos que se fizeram necessários para
alcançar tais objetivos.
Ligada
à busca constante de prazer no trabalho e à própria história de cada membro da
Organização Psicologia UNEB Primeira Turma foi verificada a tendência que os sujeitos
apresentam para a formação de grupos. Os relacionamentos mais próximos e mais
distantes são construídos através de identificação e dos pontos positivos que
são visualizados no outro. A teoria psicanalítica, por exemplo, destaca a idéia
das relações de transferência.
Cada
ser humano é único. Mas, partindo da idéia da formação de grupos, as reuniões
de indivíduos pressupõem características semelhantes, modos compatíveis e, em
algumas ocasiões, atitudes que se aproximam de certa complementaridade.
O
desenvolvimento das atividades do dia-a-dia e as práticas propriamente ditas, com
destaque para a última que foi realizada, conduzem à reflexão de que os grupos,
simultaneamente se distanciam e se aproximam, pois estão direcionados a
objetivos comuns, sendo que, na verdade, formam um grande grupo. Todos estes
aspectos são interessantes para o funcionamento da organização, na medida em
que se encontram de forma harmonizada.
No
interior dos pequenos grupos também é possível identificar um modo de
funcionamento característico e ainda o desempenho de papéis por cada componente.
Em alguns momentos, as circunstâncias demandam que os estudantes assumam papéis
diferenciados, mas frequentemente, registram-se as seguintes atuações, conforme
sugere Pichon Rivière: líder de mudança, porta-voz, sintetizador, coordenador, observador.
Isto é,
as pessoas se comunicam, algumas exibem a habilidade de coordenar as falas, outras
sintetizam e fazem a exposição quando necessário. Uma parte das pessoas se
dedica a escutar, oferecendo mais tranquilidade àquele que está tendo a
oportunidade de se expressar.
Após
identificar e retratar aspectos mais profundos acerca da inserção e manutenção
na turma Psicologia UNEB, tornou-se possível chegar a debates que permitiram o
conhecimento e abordagem de pontos que eram vistos como fatores que não
ofereciam benefícios aos modos de execução das tarefas e convivência de todo o
grupo. Com isso, os membros da organização – os estudantes – expuseram seu
desconforto em relação a determinadas situações e atitudes do outro, mas também
evidenciaram problemas próprios que acreditavam e poderiam estar interferindo
nas aulas.
As
ocasiões nas quais os debates foram propostos se apresentaram como importantes,
na medida em que houve esforços para avaliar as causas e possíveis soluções
para as questões explicitadas.
Conforme
já foi comentado, a finalização da disciplina Psicologia Organizacional e do
Trabalho e a última dinâmica, mais especificamente, buscaram a demonstração das
qualidades da turma, o papel que exercem diariamente e de que forma suas
contribuições podem ser percebidas.
Diante
dos movimentos e atividades que foram realizados desde o início da disciplina
supracitada até a conclusão da mesma, alguns pensamentos se originaram
referindo-se ao fato de que além de reelaborar e ressignificar os problemas e
circunstâncias desagradáveis é necessário também valorizar os pontos positivos já
alcançados que direcionam ao sucesso da organização.
O
psicólogo nas organizações
As mudanças de trabalho
que estão sendo realizadas na sociedade contemporânea fazem necessária uma
reflexão acerca da atuação do psicólogo nas organizações, pois como visto
anteriormente as condições de trabalho estão em processos de mudanças e com
isso o profissional deve estar sempre apto a desenvolver novas estratégias para
exercer uma boa atuação no contexto onde está inserido. Com isso, o papel do
psicólogo em relação aos ambientes organizacionais não pode se restringir à
técnica, se estendendo também aos níveis e estados de qualidade de vida e saúde
mental dos trabalhadores.
Então, de que modo o psicólogo
atua nas organizações? O profissional auxilia nas demandas das organizações e
dos trabalhadores no que se refere às relações entre indivíduo e trabalho, pois
quando o ambiente está em conflito tudo se torna desagradável, o individuo
sente-se desmotivado para realizar suas atividades e acaba adoecendo. Por isso
a importância da Psicologia nas organizações, pois a mesma irá analisar para
fazer as intervenções psicológicas que tem como objetivo analisar e compreender
a subjetividade humana nos processos grupais na organização. Pode-se dizer que
o trabalho do psicólogo organizacional consiste em auxiliar as elaborações
demandadas, visando um bom diálogo entre indivíduo e trabalho. Essa intervenção
psicológica tem como ponto de partida a compreensão da identidade humana,
processos grupais e mecanismos de aprendizagem nas dimensões individual e
coletiva. Dessa forma, o novo estilo de gestão com relação aos contextos
organizacionais vem exercendo influências sobre o papel do profissional de
Psicologia nessas circunstâncias de atuação.
Assim, os maiores e
melhores esforços que puderem ser feitos para um bom processo de formação e
aprofundamento acerca da Psicologia Organizacional e do Trabalho são
extremamente válidos.
Ao chegar a essa
reflexão, os conteúdos teóricos e algumas analogias que puderam ser vivenciadas
nas dinâmicas, aulas práticas da referida disciplina se constituem como
instrumentos e possíveis mediadores de atuação profissional.
Aspectos
necessários à organização
Nesse momento da
discussão serão apontados mais alguns fatores que, sem dúvidas, fazem parte do
funcionamento das organizações, mas que em muitos casos, a importância que lhes
é atribuída ainda não é amplamente reconhecida e abordada no seu relacionamento
com esses ambientes de trabalho.
Conforme já foi
evidenciado anteriormente, a existência de uma organização pressupõe
determinados elementos. Além de considerar os aspectos básicos da constituição
de um espaço organizacional, torna-se necessário também levar em consideração
outros elementos que contribuem para a dinâmica estabelecida no desenvolvimento
das atividades de trabalho.
De maneira geral, a
condução do trabalho envolve manifestações cotidianas de emoções e estados
motivacionais que, frequentemente, podem ser verificadas através de
comportamentos verbais e da linguagem corporal. Essa afirmação, mais uma vez,
relaciona-se com o fato de que as pessoas possuem relações que se entrelaçam no
que se refere aos ambientes interno e externo da organização.
Ao avaliar a questão
das emoções em empresas, é possível constatar registros nos quais se observam
que razão e emoção não são vistas como antagônicas. A reflexão acerca de
experiências vivenciadas em diferentes organizações permite chegar à conclusão
de que os processos de trabalho são predominantemente apontados como resultados
da razão, sendo que as emoções exercem grandes influências em alguns desses
processos, como por exemplo, a escolha das respostas e soluções mais
apropriadas aos conflitos.
A partir disso, pode-se
pensar que sem a presença das emoções, muitos acontecimentos se apresentariam
de um modo muito diferente, inclusive sem os benefícios ou pontos positivos que
lhe caracterizam. Aqui, vale ressaltar que as emoções de um trabalhador ou do
estudante no contexto da sala de aula podem e geralmente fazem a mediação das suas
relações interpessoais e facilitam suas opiniões e comportamentos no local em
que trabalha, e no caso do estudante essa mediação acontece na faculdade, por
exemplo.
Outro aspecto que é
bastante relevante para uma estrutura organizacional é a motivação dos membros
que a compõe. A inserção num ambiente de trabalho se baseia em algumas
expectativas que necessitam de alguns motivos para serem alcançadas ou até
mesmo superadas. O fenômeno da motivação requer uma ampla interação entre o
modelo de gestão e os funcionários da organização. Os planejamentos e eventos
ocorridos diariamente numa organização devem estar direcionados à possibilidade
de surgimento da motivação, sendo esta compreendida como um processo
psicológico básico que impulsiona a realização de ações dirigidas a objetivos.
Geralmente, quando este processo é vivenciado,os resultados e metas programadas
são facilmente visualizados.
Dejours (1994) ainda
propõe a inteligência prática como uma das dimensões desconhecidas do trabalho,
mas que assim como as outras, é muito utilizada na condução das atividades
pelos trabalhadores. Essa dimensão do trabalho está associada e representa a
idéia do trabalho real que, na maioria das vezes, não constitui uma total
correspondência ao trabalho prescrito.
Sob a concepção da
inteligência prática, dirigentes e dirigidos podem considerar que a sabedoria e
as habilidades adquiridas através de diferentes experiências também fornecem
importantes contribuições para o desempenho das funções no trabalho. Assim, observa-se
uma maior flexibilidade no desempenho das funções.
Ligado a estes aspectos
que fazem parte da dinâmica do trabalho, ainda é possível citar a linguagem corporal,
que pode ser observada através de gestos e expressões faciais. Por meio do
aspecto corporal, o individuo reafirma suas falas ou até mesmo expressa aquilo
que não foi dito. Com isso, existem várias maneiras pelas quais a linguagem
corporal comunica as emoções, os estados motivacionais, o desenvolvimento da
inteligência prática, as insatisfações e os níveis de aproximação entre as
pessoas e grupos. A convivência nos grupos de trabalho permite a identificação
do estado e as opiniões de um determinado indivíduo através do que o seu corpo fala,
mesmo quando ele prefere não se expressar verbalmente.
Diante do fato de que
as organizações e suas atividades são influenciadas pelas emoções, afeto,
motivação, inteligência prática e linguagem corporal, tais fatores precisam ser
considerados e valorizados. Além disso, torna-se importante dizer que os bons
resultados de um contexto organizacional não apenas se referem a um dos fatores,
e sim à combinação deles.
Com relação às dinâmicas
realizadas em sala de aula, os fatores evidenciados acima puderam ser
identificados em diferentes momentos. Emoções e afetos, como já foi dito são
importantes mediadores para uma boa parte dos acontecimentos do espaço. A
motivação e inteligência prática exerceram e continuarão exercendo o papel de
ajudar na atribuição de significados e melhores formas de manter as relações
que ocorrem no e pelo trabalho.
Com isso, é possível
sugerir que sem as emoções, as queixas sobre desconforto ou até mesmo os relatos
sobre a satisfação teriam acesso dificultado. Seguindo este pensamento também
pode-se dizer que a não consideração,não utilização da inteligência prática
dificultaria o desenvolvimento de determinadas atividades propostas.Ainda
poderiam ser encontradas dificuldades,caso a motivação não estivesse presente
na maior parte do tempo.
Conclusão
A disciplina de
Psicologia organizacional e do trabalho nos permitiu a realização de muitas
reflexões, principalmente no que se refere às questões de relacionamento de grupo,
onde foi possível refletir e se colocar em situações vivenciadas pelo outro. Desta forma, nos colocamos no lugar de cada
individuo e consequentemente foram se moldando os pré-conceitos que
anteriormente existiam acerca dos conflitos existentes na turma. A discussão
dos textos entre alunos e professor foi inquiridora e também foi possível
entender o porquê se formava tais situações e a forma como o Psicólogo atuaria
nessas questões, fazendo intervenções.
Todas as reflexões
feitas durante o processo de aprendizagem e aproximação com as idéias propostas
pela Psicologia Organizacional permitem dizer que os conhecimentos obtidos
poderão servir como base para melhores formas de atuação em diversos tipos de
organização. As aplicações sobre o que
foi aprendido, provavelmente, se voltarão para as formas de relacionamento
estabelecidas. Ao estar diante das situações organizacionais, a utilização dos
conhecimentos teóricos e práticos que foram adquiridos sugerem o reconhecimento
das condições de trabalho, debate sobre as mesmas e transformações, se forem
necessárias.
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