segunda-feira, 20 de maio de 2013

Síntese do texto "Emoções e Afetos no Trabalho"


As emoções e afetos fazem parte da existência humana. São eles que auxiliam no processo de manutenção da sobrevivência da espécie, influenciam a construção histórica e aprendizagem e ajustamento social e, ainda, participam da expressão da subjetividade e individualidade.

Considerando as funções desempenhadas pelos estados emocionais e afetivos, é possível dizer que eles podem ser observados em diversos ambientes. Nesse momento surge a questão acerca das perspectivas das emoções e afetos do trabalhador.

Antes de iniciar uma avaliação e discutir as relações entre emoção, afeto e ambiente de trabalho, é preciso que sejam estabelecidas as definições. O conceito de emoção encontra-se frequentemente associado às alterações fisiológicas e corporais vistas como resultado de estímulos internos ou externos, sendo que a pessoa não estaria totalmente consciente em relação a eles. Já os afetos são, na maioria das vezes, concebidos como elaborações que passam pelo nível cognitivo, tendo maior persistência temporal.

Ao voltar a atenção para os contextos de trabalho, existe a informação de que estudos envolvendo organizações indicavam que,no interior destas,a cognição se constituía como foco principal nos processos de trabalho.Contudo,atualmente,sabe-se que as emoções são indispensáveis nesse contexto,assim como são em outros.A partir dessa afirmação,considera-se que fatores ou características emocionais e racionais apresentam-se numa relação de convergência e não de antagonismo .Trata-se de uma relação de complementaridade.

Ao fazer uma avaliação aprofundada sobre o funcionamento de uma organização, é possível perceber que emoção e razão se influenciam entre si. Logo, as ações planejadas necessitam da existência de emoções para serem colocadas em prática. Consequentemente, a partir das emoções, novos objetivos e metas podem se originar mais facilmente.

Diante da questão suscitada acima pode-se dizer que as inter-relações entre emoções e razão envolve a perspectiva das emoções como úteis à racionalidade.No entanto,também propõe-se a perspectiva da emoção como perturbadora da racionalidade ou ainda uma perspectiva na outra extremidade que percebe mais intensamente a influência da emoção quando comparada ao papel desempenhado pela racionalidade nos ambientes organizacionais.Essas duas perspectivas se aproximam bastante.

A conciliação entre a razão e a emoção é um dos fatores presentes numa organização que permite ao trabalhador a redução do estresse, estimulando, assim, a existência de bem-estar físico, psíquico e social, ou seja, a saúde no local de trabalho. Aqui, é necessário destacar que a saúde do trabalhador resulta não apenas da valorização de estados emocionais, mas da combinação de uma série de fatores.

Hoje ainda existe um número reduzido de pesquisas acerca das emoções em organizações formais de trabalho. Ao considerar as pesquisas existentes, torna-se possível perceber a presença da emoção como reação ás mudanças vivenciadas pela empresa, por exemplo, ou como mediadora das relações interpessoais e também dos processos intrapessoais.

O termo afetividade também ganha destaque. Ele é utilizado para designar o estabelecimento de vínculos entre as pessoas ou com objetos físicos, bem como é uma manifestação de emoções e sentimentos. O afeto que o sujeito apresenta numa organização pode ser decorrente tanto do próprio ambiente organizacional quanto inerente à vida pessoal do trabalhador.

Relacionada à afetividade que se origina na vida do trabalhador encontramos os traços afetivo-emocionais que são traços estáveis na forma de expressar emoções. Existem também os estados afetivo-emocionais que se referem aos estados de ânimo, auto-estima e satisfação geral com a vida. Mais especificamente ligadas ao trabalho estão as chamadas atitudes afetivo-emocionais que incluem satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo.

Dessa maneira, a discussão sugere que as emoções e afetos estejam em evidência nas organizações, e que, além disso, os trabalhadores tenham suporte quando necessário em relação a essa questão. Também é preciso ter cuidado para que a emoção não seja transformada em um instrumento do trabalho.

Referência
GONDIM, Sônia Maria Guedes; SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias. Emoções e Afetos no Trabalho. In: BASTOS, A. Virgílio Bittencourt; BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo; ZANELLI, J. Carlos. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed editora, 2004.P.207-235.

Tamira Mercês.



   

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