terça-feira, 14 de maio de 2013

Síntese dos textos Motivação no Trabalho e Linguagem do Corpo,Gestualidade Comunicação


O exercício do trabalho com um bom desempenho está frequentemente associado à motivação que o sujeito pode apresentar em relação ao contexto citado. A motivação associa-se à idéia da existência de razões que resultam em diferenças individuais no que se refere à preferência em realizar determinada atividade e outra não.

Ao considerar a questão suscitada acima é possível também estabelecer uma relação entre a motivação e o modo como ela pode se expressar em cada indivíduo. Nesse sentido, vale ressaltar que existem dois tipos de comunicação, o verbal e o não-verbal.

No dia- a- dia, as pessoas costumam comportar-se de acordo com o aspecto corporal, sendo que as relações sociais são mediadas pela referida expressão que o corpo é capaz de apresentar.A linguagem corporal constitui-se como um fator muito importante em diversos espaços, pois permite que mensagens, determinados significados sejam transmitidos. Diante dessa questão pode-se dizer que a comunicação também se estabelece através dos sinais não-verbais emitidos pelo corpo.

Os sinais não-verbais que resultam da linguagem, conjunto de gestos realizados pelo corpo são avaliados, buscando-se compreender qual o estado no qual se encontra um indivíduo. Além de representar algo que não teve uma expressão verbal, o modo corporal de se comunicar também desempenha o papel de reafirmar os comportamentos verbais.

Assim, Feyereisene e Lannoy (1993) assinalam que numa entrevista de emprego, por exemplo, a utilização de gestos pelo candidato é avaliada com o objetivo de identificar se ele mostra-se motivado e competente. Os movimentos de cabeça, das mãos, contatos visuais e postura física associados à sua fala e entonação fazem parte do processo de seleção.

Ainda considerando o ambiente de trabalho e colocando em evidência as possíveis relações de poder, os gestos e posturas podem também transmitir status superior ou estados de subordinação. No primeiro são observadas o contato corporal com o interlocutor, gesticulação e caráter distenso da postura.De outro modo,o estado de subordinação se caracteriza pela inclinação da cabeça para a frente,pelo aumento na freqüência dos movimentos de autocontato e pelo aumento na freqüência das posturas corporais.

Retomando a discussão sobre a motivação, o conceito desta pode ser apresentado como sendo um processo psicológico básico a partir do qual se origina uma ação que, por sua vez, se dirige a objetivos. A ação originada caracteriza-se por ser auto-reguladora, biológica ou cognitivamente persistente no tempo e sua ativação ocorre por meio de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas.

Pelo fato de exercer grande importância nos relacionamentos humanos, inclusive nos contextos organizacionais, a motivação é o foco principal de uma série de teorias. De acordo com Gondim e Silva (2004), as teorias da motivação podem ser classificadas com base em três modelos.

O primeiro modelo afirma que as teorias podem ser divididas em teorias de conteúdo (a partir das necessidades) ou de processo (ressaltando a tomada de decisões). Outro modelo, além de considerar os aspectos do anterior, também propõe a idéia de que a motivação se faz presente mediante reforço ou cognição do indivíduo. Por fim, o terceiro modelo traz uma concepção totalmente nova em relação aos modelos 1 e 2,pois visualiza o processo motivacional como a aproximação ou distância a determinada ação.

Tomando como referência o primeiro modelo e, ressaltando, inicialmente, a perspectiva das necessidades, é possível identificar as seguintes teorias que estão interligadas com estados motivacionais: a teoria de Maslow que organiza as necessidades hierarquicamente, a teoria ERC de Alderfer que se trata de uma redefinição da hierarquização proposta anteriormente e a teoria bifatorial de Herzberg, Mausner e Snyderman que estabelece fatores higiênicos e motivacionais no local de trabalho, por exemplo.

De outro lado, então, as teorias que se inserem no grupo que está voltado para as tomadas de decisão são a teoria da expectância, a teoria do estabelecimento de metas, a teoria da avaliação cognitiva de Deci e a teoria do fluxo. Pelo próprio nome atribuído ao grupo em que estão contidas, estas teorias supõem que o ponto de partida da motivação é o planejamento e realização de uma ação.

Juntamente com as teorias, ainda é possível avaliar mais profundamente a relação entre a motivação e o bom desempenho de uma função no trabalho, estando atento para a influência de fatores como o significado do trabalho, o sistema de recompensas e punições, o estilo gerencial e psicossocial do trabalho e a compatibilidade entre valores pessoais e organizacionais. Todos estes fatores funcionam como mediadores entre os estados motivacionais e o desempenho.

A partir do diálogo com os autores Ambrose e Kulik (1999), Gondim e Silva (2004) destacam que existem dois tipos de pesquisa que tem como tema principal a motivação: o primeiro refere-se às abordagens já conhecidas, portanto, àquelas que foram apresentadas nas teorias citadas. Por outro lado, existem pesquisas buscando relacionar a motivação com novos conceitos, a exemplo da criatividade, grupos e cultura.

Diante dessa discussão sobre o fenômeno da motivação, torna-se importante dizer que as pesquisas relacionadas a ele possuem limitações. O fenômeno não é diretamente observável e requer um posicionamento adequado no tempo e no espaço. Conforme já foi colocado, as inferências se dão a parir do que se fala e também como o corpo fala.

Referências

FEYEREISEN, Pierre; LANNOY, Jacques Dominique De.Linguagem do Corpo,gestualidade e comunicação.In :CHANLAT,Jean-François.O indivíduo na organização:dimensões esquecidas.São Paulo:Atlas,1993.


GONDIM, Sônia Maria Guedes; SILVA, Narbal. Motivação no trabalho. In: BASTOS, A. Virgílio Bittencourt; BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo; ZANELLI, J. Carlos. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed editora, 2004. p. 145-175.

Tamira Mercês.





Nenhum comentário:

Postar um comentário