Enrique
Pichon Rivière foi um suíço, que nasceu em Genebra no dia 25 de junho de 1907 e
faleceu em Buenos Aires no dia 16 de julho de 1977. Pelo fato dele ter estudado
medicina e se especializado em Psiquiatria, verifica-se que ele realizou
importantes trabalhos nessa área, reunindo saberes e princípios de outros
campos.
Pichon
Rivière mudou-se com toda a sua família para a Argentina quando tinha apenas
três anos. Sua formação em medicina e especialização em Psiquiatria ocorreram
em Buenos Aires e é neste momento que inicia-se a série de contribuições
fornecidas por ele,que tanto podem ser utilizadas na área da saúde,mais
especificamente nos hospitais quanto em outros tipos de instituição.
Como
estudante, Pichon observa a concepção dominante em relação aos pacientes e
começa a propor uma visão em que corpo e mente fossem considerados intimamente
interligados. Ele, então, primeiramente trabalha num asilo no qual estimula a
formação de uma equipe de futebol, promovendo a ressocialização. Em seguida,
começa a trabalhar no chamado Hospital de Mercedes, onde permanece por quinze
anos. Nesse local, por sua iniciativa, ocorre a formação de grupos de
enfermeiros e posteriormente dos próprios pacientes com a finalidade de buscar
melhorias, aprendizagem para o contexto vivenciado. Mais tarde, esses grupos
foram chamados de Grupos Operativos. Esse termo surgiu no que foi denominado
“Experiência de Rosário”.
Na
verdade, Pichon Rivière segue à sua trajetória se baseando em alguns aportes
psicanalíticos. Assim, ele funda a Associação Psicanalítica Argentina (APA). Em
1953, funda também o Instituto Argentino de Estudos Sociais e como parte
integrante deste, a Escola de Psiquiatria Dinâmica, cujo nome é modificado duas
vezes, permanecendo o seguinte: Escola de Psicologia Social. Pode-se dizer que
Pichon estabeleceu uma passagem da psicanálise à psicologia social, conforme
intitula sua obra de três volumes.
Ao
evidenciar a idéia sobre Psicologia Social, esse grande terapeuta, como pode
ser caracterizado Pichon Rivière, demonstra a compreensão do sujeito como ser
que transforma e ao mesmo tempo é transformado, aproximando este fato para a
história de seus pacientes em relacionamento com suas famílias e com a
estrutura social de forma geral.
Enrique
Pichon ainda traz como uma das suas contribuições o ECRO que significa Esquema
Conceitual, Referencial e Operativo. O ECRO pode ser entendido como um sistema
de conceitos, teorias e experiências que permite a ação e a relação com o
concreto. Este esquema se baseia na própria Psicanálise, Ciências Sociais e
Psicologia Social. Para Pichon o ECRO em si ainda está imbricado com a
dialética, já que o transformar e ser transformado no ambiente em que se vive
pressupõe movimento, possíveis conflitos e elaborações sobre estes processos.
É
importante dizer que esse Esquema Conceitual, Referencial e Operativo também
está presente na dimensão coletiva, sobretudo, nos grupos operativos. Através
do ECRO se atinge a percepção, distinção, sentimentos e organização que são
fatores necessários para se operar na realidade.
Ressaltando
mais uma vez as características dos grupos operativos, essa técnica que teve
início nas experiências profissionais de Pichon, apresentou-se como útil também
na área de recursos humanos de empresas e na educação. Se baseando na proposta
do grupo operativo, Pichon fornece a imagem de um cone invertido como uma
maneira de avaliar de que forma os conteúdos latentes se tornam manifestos
através das discussões. No cone invertido, se encontram a pertença, cooperação,
pertinência, comunicação, aprendizagem e o tele.
Com
relação ao grupo operativo, ainda é possível afirmar que sua estrutura está
associada ao desempenho de papéis, sendo que cada um destes é assumido pelos
indivíduos levando em consideração os vínculos existentes e a forma como cada
integrante se identifica ao estar diante deles. Os papéis são os seguintes:
líder de mudança e líder de resistência, que são contrários entre si. Existem
também o porta-voz, bode expiatório, sintetizador, coordenador e observador.
Diante
dessas informações, pode-se falar que Pichon oferece técnicas e conceitos de
grande importância não apenas para a área médica, mas também para outros
espaços nos quais suas proposições podem ser aplicadas.
Referências
ADAMSON,
Gladys. O ECRO de Pichon Rivière. In: Interpsic. Disponível em: < http://www.interpsic.com.br/saladeleitura/textos/EcroPichon.html
> Acesso em 03/06/2013.
LASSALVIA,
Digelza Flávia Câmara. Grupo Operativo: uma proposta de Pichon Rivière. In:
Psicopedagogia Clínica e Institucional- PIC. Disponível em:< http://supervisaopsicopedagogica.com.br/?p=76
>Acesso em 04/06/2013.
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