quarta-feira, 5 de junho de 2013

Enrique Pichon Rivière e suas contribuições


Enrique Pichon Rivière foi um suíço, que nasceu em Genebra no dia 25 de junho de 1907 e faleceu em Buenos Aires no dia 16 de julho de 1977. Pelo fato dele ter estudado medicina e se especializado em Psiquiatria, verifica-se que ele realizou importantes trabalhos nessa área, reunindo saberes e princípios de outros campos.

Pichon Rivière mudou-se com toda a sua família para a Argentina quando tinha apenas três anos. Sua formação em medicina e especialização em Psiquiatria ocorreram em Buenos Aires e é neste momento que inicia-se a série de contribuições fornecidas por ele,que tanto podem ser utilizadas na área da saúde,mais especificamente nos hospitais quanto em outros tipos de instituição.

Como estudante, Pichon observa a concepção dominante em relação aos pacientes e começa a propor uma visão em que corpo e mente fossem considerados intimamente interligados. Ele, então, primeiramente trabalha num asilo no qual estimula a formação de uma equipe de futebol, promovendo a ressocialização. Em seguida, começa a trabalhar no chamado Hospital de Mercedes, onde permanece por quinze anos. Nesse local, por sua iniciativa, ocorre a formação de grupos de enfermeiros e posteriormente dos próprios pacientes com a finalidade de buscar melhorias, aprendizagem para o contexto vivenciado. Mais tarde, esses grupos foram chamados de Grupos Operativos. Esse termo surgiu no que foi denominado “Experiência de Rosário”.

Na verdade, Pichon Rivière segue à sua trajetória se baseando em alguns aportes psicanalíticos. Assim, ele funda a Associação Psicanalítica Argentina (APA). Em 1953, funda também o Instituto Argentino de Estudos Sociais e como parte integrante deste, a Escola de Psiquiatria Dinâmica, cujo nome é modificado duas vezes, permanecendo o seguinte: Escola de Psicologia Social. Pode-se dizer que Pichon estabeleceu uma passagem da psicanálise à psicologia social, conforme intitula sua obra de três volumes.

Ao evidenciar a idéia sobre Psicologia Social, esse grande terapeuta, como pode ser caracterizado Pichon Rivière, demonstra a compreensão do sujeito como ser que transforma e ao mesmo tempo é transformado, aproximando este fato para a história de seus pacientes em relacionamento com suas famílias e com a estrutura social de forma geral.

Enrique Pichon ainda traz como uma das suas contribuições o ECRO que significa Esquema Conceitual, Referencial e Operativo. O ECRO pode ser entendido como um sistema de conceitos, teorias e experiências que permite a ação e a relação com o concreto. Este esquema se baseia na própria Psicanálise, Ciências Sociais e Psicologia Social. Para Pichon o ECRO em si ainda está imbricado com a dialética, já que o transformar e ser transformado no ambiente em que se vive pressupõe movimento, possíveis conflitos e elaborações sobre estes processos.

É importante dizer que esse Esquema Conceitual, Referencial e Operativo também está presente na dimensão coletiva, sobretudo, nos grupos operativos. Através do ECRO se atinge a percepção, distinção, sentimentos e organização que são fatores necessários para se operar na realidade.

Ressaltando mais uma vez as características dos grupos operativos, essa técnica que teve início nas experiências profissionais de Pichon, apresentou-se como útil também na área de recursos humanos de empresas e na educação. Se baseando na proposta do grupo operativo, Pichon fornece a imagem de um cone invertido como uma maneira de avaliar de que forma os conteúdos latentes se tornam manifestos através das discussões. No cone invertido, se encontram a pertença, cooperação, pertinência, comunicação, aprendizagem e o tele.

Com relação ao grupo operativo, ainda é possível afirmar que sua estrutura está associada ao desempenho de papéis, sendo que cada um destes é assumido pelos indivíduos levando em consideração os vínculos existentes e a forma como cada integrante se identifica ao estar diante deles. Os papéis são os seguintes: líder de mudança e líder de resistência, que são contrários entre si. Existem também o porta-voz, bode expiatório, sintetizador, coordenador e observador.

Diante dessas informações, pode-se falar que Pichon oferece técnicas e conceitos de grande importância não apenas para a área médica, mas também para outros espaços nos quais suas proposições podem ser aplicadas.

Referências

ADAMSON, Gladys. O ECRO de Pichon Rivière. In: Interpsic. Disponível em: < http://www.interpsic.com.br/saladeleitura/textos/EcroPichon.html > Acesso em 03/06/2013.

LASSALVIA, Digelza Flávia Câmara. Grupo Operativo: uma proposta de Pichon Rivière. In: Psicopedagogia Clínica e Institucional- PIC. Disponível em:< http://supervisaopsicopedagogica.com.br/?p=76 >Acesso em 04/06/2013.

Tamira Mercês

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