As
máquinas são introduzidas nos espaços de trabalho como um meio de atribuir
caráter cada vez mais acelerado às atividades que são realizadas. Além disso, a
função a ser desempenhada por cada pessoa numa organização passa a ser
considerada fácil, pois a mecanização não demanda habilidades complexas. A
aprendizagem se dá por atos repetitivos, ou seja, um determinado processo
sempre será feito da mesma maneira.
Pelo
fato das máquinas estarem tão intensamente inseridas no dia-a-dia dos sujeitos
e dos seus trabalhos, surge, então, uma metáfora. As ações dos homens estão
sendo constantemente comparadas ao funcionamento de uma máquina. Muitas vezes,
os comportamentos humanos são vistos como operações pré-determinadas e que são
executadas de maneira bastante precisa.
O
uso de máquinas constitui a proposta de que a eficiência aparece somente quando
se faz o que é previsível, aquilo que já foi planejado. Por isso, o modo de
agir mecanicamente visa alcançar a idéia de que o desempenho numa atividade
resultará em sucesso independentemente das circunstâncias apresentadas no meio
em que se atua.
De
acordo com Morgan, a mecanização tem o seu inicio através dos propósitos do
militarismo e também é resultado da teoria clássica da administração e da
administração científica. As duas primeiras formas de organização mecanicista
vêem todo um grupo de pessoas como uma máquina e, cada uma delas, seria uma
peça na analogia. A administração científica, por sua vez, propõe que cada
trabalhador funcione com a eficiência de uma máquina. Percebe-se que ambos os enfoques
estão presentes em indústrias, empresas e escritórios. É possível até afirmar
que os trabalhadores ao exercerem suas funções alternam os princípios
defendidos pela administração clássica e administração científica.
A
mecanização, entendida como o uso de máquinas e também de atitudes
operacionalizadas no trabalho tem registros de sucesso. Entretanto, os modelos
mecanicistas sugerem uma preocupação em relação ás pessoas que os utilizam. A
predominância da mecanização possui a tendência de se sobrepor ao lado humano
das pessoas, sendo este caracterizado pela razão, mas também pelos sentimentos e
emoções.O agir mecânico,que é marcado por metas e objetivos claramente
definidos também oferece riscos à própria estrutura do trabalho em si,pois o
mundo está em constante movimento,podendo até mesmo requerer inovações em
ambientes de trabalho.As máquinas só executam o que está programado.
Assim,
uma organização com a prioridade de enxergar o trabalhador como um ser complexo
e destiná-lo a diferentes tarefas, estimulando seu lado criativo e reflexivo,
superaria as limitações impostas pela mecanização. Problemas complexos seriam
resolvidos através da participação de um grupo.
MORGAN, Gareth. A Mecanização assume o Comando. In______ Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996. p. 21-41.
Tamira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário