segunda-feira, 8 de abril de 2013

A mecanização assume o comando

A utilização de máquinas nos processos de trabalho e de produção em geral se torna cada vez mais frequente na atualidade. Esse fenômeno teve um inicio marcante no período da Revolução Industrial e, sem dúvidas, exerce grandes influências não apenas no modo como o trabalho é desenvolvido, mas também em variadas esferas da vida dos trabalhadores.
As máquinas são introduzidas nos espaços de trabalho como um meio de atribuir caráter cada vez mais acelerado às atividades que são realizadas. Além disso, a função a ser desempenhada por cada pessoa numa organização passa a ser considerada fácil, pois a mecanização não demanda habilidades complexas. A aprendizagem se dá por atos repetitivos, ou seja, um determinado processo sempre será feito da mesma maneira.
Pelo fato das máquinas estarem tão intensamente inseridas no dia-a-dia dos sujeitos e dos seus trabalhos, surge, então, uma metáfora. As ações dos homens estão sendo constantemente comparadas ao funcionamento de uma máquina. Muitas vezes, os comportamentos humanos são vistos como operações pré-determinadas e que são executadas de maneira bastante precisa.
O uso de máquinas constitui a proposta de que a eficiência aparece somente quando se faz o que é previsível, aquilo que já foi planejado. Por isso, o modo de agir mecanicamente visa alcançar a idéia de que o desempenho numa atividade resultará em sucesso independentemente das circunstâncias apresentadas no meio em que se atua.
De acordo com Morgan, a mecanização tem o seu inicio através dos propósitos do militarismo e também é resultado da teoria clássica da administração e da administração científica. As duas primeiras formas de organização mecanicista vêem todo um grupo de pessoas como uma máquina e, cada uma delas, seria uma peça na analogia. A administração científica, por sua vez, propõe que cada trabalhador funcione com a eficiência de uma máquina. Percebe-se que ambos os enfoques estão presentes em indústrias, empresas e escritórios. É possível até afirmar que os trabalhadores ao exercerem suas funções alternam os princípios defendidos pela administração clássica e administração científica.
A mecanização, entendida como o uso de máquinas e também de atitudes operacionalizadas no trabalho tem registros de sucesso. Entretanto, os modelos mecanicistas sugerem uma preocupação em relação ás pessoas que os utilizam. A predominância da mecanização possui a tendência de se sobrepor ao lado humano das pessoas, sendo este caracterizado pela razão, mas também pelos sentimentos e emoções.O agir mecânico,que é marcado por metas e objetivos claramente definidos também oferece riscos à própria estrutura do trabalho em si,pois o mundo está em constante movimento,podendo até mesmo requerer inovações em ambientes de trabalho.As máquinas só executam o que está programado.
Assim, uma organização com a prioridade de enxergar o trabalhador como um ser complexo e destiná-lo a diferentes tarefas, estimulando seu lado criativo e reflexivo, superaria as limitações impostas pela mecanização. Problemas complexos seriam resolvidos através da participação de um grupo.

 MORGAN, Gareth. A Mecanização assume o Comando. In______ Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996. p. 21-41.

Tamira.

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