segunda-feira, 8 de abril de 2013

Síntese de intersecção entre os textos: “Volta às aulas”, “Ambição e Ética” e “Fazer o que se gosta”

O pensamento que transforma o que é aparentemente difícil em soluções práticas, é o pensamento ao qual se refere Kanitz, não o de se estagnar em pensamentos que não são os nossos, tanto aprovando- os piamente, como desaprovando-os sem fundamentos.
Pensamento o qual avalia, propõe tarefas de acordo com o objetivo e pondera, traz a responsabilidade de cada pessoa na sociedade em que vive, no sentido de ter um papel atuante de quem não é levado pela “maré” de influências massivas a que estamos sujeitos. Esse pensamento que se refere tanto a situações no cenário regional, a exemplo, escolha do novo governador do estado, bem como palavras empregadas no cotidiano, em que são construídas as relações afetivas.

O que define a criatividade, convencionalmente, é a capacidade de prever várias soluções a um mesmo problema relativamente com mesmas chances de êxito. Dentre as soluções, existem as que se posicionam eticamente, e outras as quais os meios de propensão à resolução do problema ultrapassam o direito que a pessoa tem, levando assim a ferir o direito do outro.

A invasão do direito do outro – outro mesmo sendo enquanto sujeito e também enquanto sociedade – é provocada por um pensamento ambicioso que não embasou- se na Ética, sem uma ética prévia. A ambição expressa- se na vontade de conquistar. E há que se dizer de que vai bem a ambição de um médico para aprender Libras, por exemplo, pensando em dialogar com seu paciente, para fluir melhor a dinâmica entre eles. Se o mesmo médico para conseguir formação em Libras, utilizasse subsídios, com base em recursos financeiros para facilitar seu acesso ao curso, e assim passar na frente de pessoas em uma lista de espera para matrícula, mostra que a Ética imposta por ele, neste ato, foi sucumbida à sua ambição – é como no caso que Kanitz descreve sobre os pais em relação aos filhos que colam na prova, mas que passam de ano, em que a ambição cumprida também é vista como justificável ainda assim sendo desviada da Ética. Estabelecer uma ambição antes de estabelecer a Ética é o que faz a pessoa perder os parâmetros de si mesmo, assim como é o que acontece com um pensamento anulado por qualquer demanda que surge, e também como é o que acontece quando se planta em solo infértil.

No que se refere à escolha da profissão, as nossas ambições são constantemente influenciadas pelo pensamento passado para nós, de que devemos escolher o que gostamos, pois faremos isso por toda vida. Kanitz fala sobre a importância de desenvolver as capacidades que possibilitem exercer da melhor maneira a profissão escolhida. Muitas vezes as pessoas não fazem, em seus trabalhos, o que realmente gostam de fazer, como por exemplo, as atividades de lazer, e o empenho em fazer o que é para ser feito, para que seja bem feito, traz a recompensa por todos os impasses – e até mesmo o que mais gostamos de fazer pode conter alguns impasses, para não ter impasses na vida, não faríamos nada. As pessoas trabalham fazendo o que é importante para a sua própria sobrevivência e dos demais. No entanto, ao perceber que uma determinada atividade realizada foi bem feita, é possível obter satisfação devido a esse fato.

Gostar do que se faz é uma estratégia para fazer as atividades profissionais sem o pesar de quem perdeu a vida se arrastando em desencantos, é uma estratégia que traz outras também necessárias, que proporcionam uma apropriação diante do que se propõe. Numa sociedade em que todos faríamos as atividades que mais nos provocam deleite, poucos fariam realmente o que manteria o bom convívio em sociedade, seríamos apenas indivíduos da mesma espécie que moram perto um do outro, não uma sociedade. Gostar do que se faz é mais que uma estratégia, trata- se de uma base, a base mais sólida e ética para tal feito, já que ato de optar e, principalmente, exercer uma profissão devem vir pautados por uma ambição eticamente bem construída.

Ana Maria e Tamira

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