Teoria
Comportamental da Administração
A
Teoria Comportamental da Administração apresenta-se como um desdobramento da
Teoria das Relações Humanas, contrapondo-se ao caráter normativo e prescritivo
das abordagens administrativas anteriores e passando a evidenciar a descrição e
explicação acerca das organizações. O início dessa nova teoria administrativa
teve como marco o surgimento do livro intitulado O comportamento
administrativo, de Herbert Simon, no ano de 1947.
Embora
a abordagem humanística tenha antecedido a Teoria Comportamental ou Teoria
Behaviorista da Administração, sendo criticada também, alguns dos seus
conceitos e princípios foram utilizados na elaboração da nova teoria. É
importante ressaltar que Teoria Behaviorista da Administração e Behaviorismo em
Psicologia possuem distinções. O enfoque de ambas é o comportamento humano,
contudo a maneira de lidar com esse fenômeno se diferencia.
Dentre
as idéias propostas pela Teoria Comportamental destacam-se os novos pensamentos
sobre a motivação do homem. Os argumentos sobre a motivação no trabalho se
baseiam nas teorias de Abraham Maslow e Herzberg. A partir deles, sugere-se que
o ser humano não apenas tem inclinação a desempenhar sua função com a garantia
do recebimento do salário. Existem outros aspectos que auxiliam um trabalhador
a dedicar-se de forma satisfatória e simultaneamente sentir-se satisfeito com o
seu trabalho.
Percebe-se,
então, que ao assumir a posição de trabalhador, o homem é um ser multideterminado.
Nesse sentido, o comportamento do ser que trabalha é influenciado por uma série
de necessidades que podem ser reunidas em categorias. Algumas necessidades
estão inseridas no nível fisiológico ou dependem, sobretudo, do meio externo.
De outro lado, existem necessidades que estão ligadas ao modo como o
trabalhador percebe e dá significado às atividades e relações no ambiente em
que trabalha.
Através
dessas novas concepções sobre a motivação humana, a Teoria Comportamental busca
mostrar que existem maneiras diversas de administrar. A administração é
exercida se baseando na forma como o comportamento das pessoas é visto. Assim,
Douglas McGregor traz as teorias X e Y.A teoria X caracteriza as teorias
administrativas tradicionais que vêem a necessidade dos trabalhadores serem
intensamente conduzidos por normas e regras pré-determinadas. A teoria Y, por
sua vez, abrange as organizações que observam no individuo a sua predisposição
em desenvolver atividades em espaços formais, assim como é capaz de realizar
atividades de lazer. Aqui, o trabalhador orienta, em vários níveis, as suas
atitudes no local de trabalho. É possível perceber que a teoria X representa as
organizações mecanicistas enquanto a teoria Y concebe o homem de forma
inovadora, afirmando que seu estilo de administrar é muito aberto, dinâmico e
democrático diante da importante participação dos empregados.
De
maneira semelhante à proposição de McGregor, Rensis Likert dá ênfase ao que ele
denomina sistemas de administração. Para ele, as organizações se inserem em um
desses níveis: autoritário-coercitivo, autoritário-benevolente, consultivo e
participativo. Em comparação, a teoria X corresponde ao sistema 1 e a teoria Y
ao sistema 4.No primeiro sistema o poder de decisão é totalmente centralizado.
Por outro lado, o sistema participativo como o próprio nome sugere permite que
a decisão seja tomada com base na opinião dos níveis organizacionais de maneira
geral.Entre esses sistemas discutidos existem dois intermediários.
É
possível perceber que, inicialmente, a Teoria Behaviorista da Administração
preocupa-se em entender o comportamento humano, não abandonando a ênfase nas
pessoas que já era caracterizava a Teoria das Relações Humanas. Posteriormente,
o principal objetivo é descrever e explicar o comportamento organizacional. A
tarefa é demonstrar de que maneira os comportamentos humanos influenciam os
processos de trabalho.
Considerando,
então, a proposta da presente teoria, uma das explicações apresentadas
refere-se à interação entre pessoas com a finalidade de alcançar um objetivo
comum como um elemento essencial da organização. As pessoas cooperam para
superar suas limitações e ampliar suas capacidades. Essa teoria da cooperação
foi inaugurada em período anterior à Teoria Comportamental por Chester Barnard.
Outro
aspecto importante da teoria está vinculado à tomada de decisões. Afirma-se que
a organização é um sistema de decisões no qual todo trabalhador é um tomador de
decisões, agindo a partir de suas percepções, raciocínio e opiniões. Devido ao
fato de existir uma imperfeição das decisões, o individuo é concebido como
homem administrativo, pois procura a maneira mais satisfatória e não o melhor
modo de praticar algo.
Por
fim, é possível se deparar com as teorias de aceitação da autoridade e do
equilíbrio organizacional. A primeira revela que a autoridade não está
concentrada no poder de quem a possui, ou seja, torna-se necessária a aceitação
por parte de quem recebe as ordens da autoridade. Nesse caso, é o comportamento
do subordinado que define a validade da autoridade. O equilíbrio organizacional
é citado para mostrar que há uma dinâmica comportamental dentro das
organizações que implica no recebimento de incentivos por parte dos indivíduos
enquanto estes oferecem contribuições à organização da qual participam.
Alguns
autores defendem que o conteúdo e a abordagem da Teoria Behaviorista permitiram
que uma nova configuração fosse adotada pela área administrativa. No entanto,
críticas também foram feitas às proposições dessa teoria.
Referências:
A
Teoria Comportamental. In: Portal do Marketing. Disponível em http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_Administracao/Teoria_Comportamental.htm.
Acesso em 13/04/2013.
CHIAVENATO,
Idalberto. Teoria Comportamental da Administração (cap.13). In____Introdução à Teoria Geral da Administração,p.529-590.São
Paulo:Makron Books ,1997.
Teoria
Comportamental da Administração. In:Sobre Administração.Disponível em http://www.sobreadministracao.com/teoria-comportamental-da-administracao/.Acesso
em 13/04/2013.
Tamira.
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